sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Quinto dia (sexta-feira): recorrendo aos afetos


O humor na manhã de sexta-feira quase sempre depende do que aconteceu na noite de quinta. E ontem foi tudo ótimo, tirando um pequeno problema. Eu bati a porta do carro na minha cabeça. É, eu sou especialista em cometer atos absurdos, principalmente contra mim mesma! Por isso hoje acordei com umas pontadas na cabeça, meu humor não estava muito bom, então tive de recorrer aos meus afetos. Explico: havia uma época em que eu pensava que bom humor não se cultivava, a gente estava ou não de bom humor, era algo repentino. Até passar por momentos complicados que me deixaram um tanto melancólica, foi aí que eu saquei que precisava reagir, cultivar o meu bom humor e melhorar a sensação que tinha sobre o cotidiano.
Para fazer isso, cerquei a minha vida de objetos, músicas, pessoas e tudo que me trazia bons afetos. Coloquei foto dos meus sobrinhos (que eu amo muito!) e dos amigos no meu quarto, fiz uma lista de coisas que eu gosto de fazer e coloquei em prática, coloquei um livro da Clarice dolado da minha cama, fiz cds com músicas que adoro para levar no carro. Sempre que preciso, recorro a esses objetos para melhorar meu dia. E dá muito certo! Outra coisa que me faz sentir bem é agradecer a Deus em voz alta pelo que tenho, é tão poderoso, muda o meu humor na hora, porque me faz perceber como a minha vida é boa!

Quarto dia (quinta-feira): administrando a ansiedade



Vou sair hoje à noite!! A quinta já é o novo sábado na minha semana, por isso, as minhas manhãs são cheias de indecisões sobre o que vestir, que sapato escolher, qual colar usar. A vaidade me pega nas manhãs de quinta-feira, fico ansiosa, pois nem sempre sei exatamente o que vou fazer. Hoje vesti algo bem simples e fico pensando: será que está legal assim? será que a noite vai ser boa? será que vou ver quem eu quero? Muitas dúvidas e ansiedades e sem mais reflexões nesta manhã, importante hoje mesmo é a noite!

Terceiro dia (quarta-feira): só mais uma dose


Café. Eu não gostava, agora viciei. Tomo duas xícaras pequenas sempre com leite, uma pela manhã e outra à tarde. Eu descobri que manhãs que se arrastam com trabalhos emperrados, como hoje por exemplo, ficam bem mais suportáveis com uma xícara de café. Eu acordo pra vida, fico mais concentrada, ameniza a mania que a minha mente tem de escapar e se distrair do óbvio. Mais uma dose, por favor!

Textos da quarta e da quinta foram escritos nos respectivos dias, mas publicados com atraso por conta da correria do trabalho. Esse exercício de texto está me cansando, mas eu vou até o fim...

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Segundo dia: é bom levar um tênis



Terça-feira é rodízio do meu carro. Saí mais cedo de casa para pegar o ônibus, no caminho me distraí lendo um livro, quando olhei no relógio já passavam das 9:30 e eu não estava nem perto da agência ainda! Cheguei no trabalho com mais uma hora e meia de atraso, praticamente meia manhã havia sido disperdiçada no trânsito!
Eu tenho uma teoria de que, em um futuro bem próximo, os paulistanos vão andar a pé. A cidade está atravancada de carros, na última quinta-feira a quantidade de veículos em São Paulo chegou a impressionante marca de 6 milhões, e o nosso transporte público é precário, as obras do metrô andam a passos de formiga lenta e os trens são inviáveis. Enfim, acho que em breve a caminhada será o meio mais rápido e simples de cruzar a cidade.
Enquanto nada melhora, o jeito é inventar coisas para aproveitar o tempo no trânsito: eu leio, escrevo, faço ligações, retoco a maquiagem e as vezes até tomo café da manhã no carro. Quando saio de ônibus, sempre visto um tênis e levo o salto na sacolinha, assim, quando o trânsito pára, eu vou a pé e aproveito para fazer um exercício.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Primeiro dia: um começo



Hoje no trabalho me deparei com a tela branca do word, angústia de todo jornalista, preciso preenchê-la com uma pauta que está na minha cabeça, mas não consegue sair.
Como começar?
As manhãs são díficeis para mim, mas as de segundas são ainda piores. Tenho problemas com inícios, sinto uma certa falta de energia para dar "start" em projetos, em textos, em dietas, em semanas e até em dias (por isso fica tão desafiador escrever sobre manhãs), mas depois que passa o mal estar inicial, eu engreno nas atividades e não paro mais. Manhã de segunda-feira é sem dúvida recomeço, quando o despertador toca é dada a largada dos próximos sete dias, eu volto a encontrar as preocupações e as pendências que abandonei na sexta.
Encaro a minha própria tela em branco e vou escrevendo aos poucos a minha história..

7 manhãs



Estou com um desafio. Escrever sobre minhas manhãs durante 7 dias. Este é um exercício que vou fazer para colocar em prática o que tenho aprendido no Curso de Redação criativa. Quando eu procurei este curso, eu queria munição para combater o meu maior desafio no trabalho que é ter de escrever quase sempre sobre assuntos parecidos, de um mesmo universo, com as mesmas fontes. Acho que meu esforço está valendo a pena, aprendi a observar mais os ambientes em que vivo, perceber melhor as situações, as pessoas e isso têm rendido vários textos diferentes. Aqui pretendo exercitar a criativiade e a observação, encontrando assuntos variados sobre as minhas manhãs, que geralmente são muito parecidas e tediosas, durante uma semana. Vamos ver se consigo. Os textos serão escritos em forma de mini ensaio pessoal, utilizando a técnica da escrita rápida e terão uma ilustração.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Uma alegria modesta e diária

As vezes parece que Deus manda seus mensageiros. Olha o e-mail que eu recebi HOJE da Ana Carol, amiga que se tornou próxima no último ano, mas para quem eu não falo muito sobre a minha vida.

Ana,
Essa é a oração que a personagem do livro da Clarice Lispector chamado 'Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres' faz e que eu gosto. O livro fala sobre uma mulher que tem medo de amar e se entregar, mas acho que a oração é bonita independente disso, mesmo destacada da obra:


"... alivia minha alma, faze com que eu sinta que Tua mão está dada a minha, faze com que eu sinta que a morte não existe porque na verdade já estamos na eternidade, faze com que eu sinta que amar é não morrer, que a entrega de si mesmo não significa a morte e sim a vida, faze com que eu sinta uma alegria modesta e diária; faze com que eu não Te indague demais, porque a resposta seria tão misteriosa quanto a pergunta, faze com que eu receba o mundo sem medo, pois para esse mundo incompreensível nós fomos criados e nós mesmos também incompreensíveis, então é que há uma conexão entre esse mistério do mundo e o nosso, mas essa conexão não é clara para nós enquanto quisermos entendê-la; abençoa-me para que eu viva com alegria o pão que como, o sono que durmo, faze com que eu tenha paciência e caridade comigo mesma, pois senão não poderei sentir que Deus me amou. Faze com que eu perca o pudor de desejar que na hora da minha morte haja uma mão humana amada para apertar a minha, Amém".
[Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres-Clarice Lispector].

bjs,
Carol
Interessante é observar a história acontecendo...

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Final Feliz

Almocei hoje com a Thaís, amiga que trabalha comigo na agência. Ela está animadíssima, conheceu um carioca no cruzeiro que fez para Salvador no carnaval. O charme carioca abateu minha amiga, que falou do moço por longas duas horas. No final da conversa, perguntou o que eu achava de ela ir para o Rio no próximo final de semana – o rapaz a convidou – se não ia parecer isso e aquilo, se não poderia prejudicar um “algo mais” no futuro. Na hora me contive, minha vontade foi perguntar: “Thais, que futuro?” . Futuro não existe! Demorou para cair a minha ficha, mas só hoje eu percebo que pensar no futuro só atrapalha o presente, principalmente quando o assunto é sentimental. Não estou dizendo que não se deva ter metas, objetivos e tudo mais, mas é tolo ignorar o fato de que o presente é o que existe.
Bem, já que a Thaís pediu conselho, eu falei: ‘se joga, vai logo pro Rio que você já tá atrasada” . Depois fiquei pensando: por que corremos tanto atrás do final feliz, se final é final e o que importa é o caminho que se vive? Já fiz muita besteira pensando em final feliz, também deixei de fazer algumas coisas por temer um final infeliz, cortei pela raiz relações que mal tinham começado por medo e alimentei relações que não tinham mais “nada a ver” por achar que no final daria tudo certo. Nunca dá, final é final, felizes mesmo são os começos...

terça-feira, fevereiro 12, 2008

People...

"People are bitch!" ouvi esta frase no seriado Sex and the City, combina bem com o dia de hoje. Ô meu Deus, quando é que isso acaba? Tô olhando pro túnel, não tem nenhuma luzinha lá no fim...
E eu ainda me surpreendo com o ser humano... aff... Dona Maria Lucia, sai dessa vida!@

Young Folks

Vale muito a pena ouvir esta música e assistir o clipe...

(Peter Bjorn and John)

If I told you things I did before
Told you how I used to be
Would you go along with someone like me
If you knew my story word for word
Had all of my history
Would you go along with someone like me

I did before and had my share
It didn't lead nowhere
I would go along with someone like you
It doesn't matter what you did
Who you were hanging with
We could stick around and see this night through

And we don't care about the young folks
Talkin' 'bout the young style
And we don't care about the old folks
Talkin' 'bout the old style too
And we don't care about their own faults
Talkin' 'bout our own style
All we care 'bout is talking
Talking only me and you

Usually when things has gone this far
People tend to disappear
No one will surprise me unless you do

I can tell there's something goin' on
Hours seems to disappear
Everyone is leaving I'm still with you

It doesn't matter what we do
Where we are going too
We can stick around and see this night through

And we don't care about the young folks
Talkin' 'bout the young style
And we don't care about the old folks
Talkin' 'bout the old style too
And we don't care about their own faults
Talkin' 'bout our own style
All we care 'bout is talking
Talking only me and you

And we don't care about the young folks
Talkin' 'bout the young style
And we don't care about the old folks
Talkin' 'bout the old style too
And we don't care about their own faults
Talkin' 'bout our own style
All we care 'bout is talking
Talking only me and you
Talking only me and you

Talking only me and you
Talking only me and you

sábado, fevereiro 09, 2008

O Abaporu não nasceu pronto!!




Recusei dois convites para ver a exposição Tarsila Viajante - que mostra as telas que Tarsila do Amaral pintou inspiradas em suas viagens pelo Brasil e pelo Mundo - porque eu queria ir sozinha. É ridículo o que vou confessar aqui, mas quando eu vejo uma exposição de um artista que gosto muito, meu olho enche de água. Eu sabia que no caso da Tarsila eu ficaria muito emocionada e eu morro de vergonha de bancar a "freak" na frente dos outros.

Fui sozinha, quando eu entrei na sala fria que guardava quadros dela fiquei espantada! O trabalho dela é muito, mais muito mais bonito, sensível e tocante do que se imagina! Porém o que mais chamou minha atenção foi a evolução da pintora com os anos. As primeiras pinturas de Tarsila, que ela fez quando ainda estudava artes em Paris, não tinham nada a ver com o estilo dela, eram meio impressionistas. Olhando os esboços, também expostos no local, percebe-se que Tarsila levou algum tempo para se tornar Tarsila. E pelo que pude notar, suou muito em cima de seus rascunhos. Algumas obras magníficas começaram com um desenho tímido, de traçado fino à lápis, sem cor.
E eu sempre achei que os gênios fossem dotados de um dom sobrenatural, agora percebo que talvez os gênios sejam apenas pessoas talentosas e muito persistentes.

Isso me leva a pensar na ansiedade que temos hoje em dia de querer ser tudo agora, imediatamente. Esquecemos o esforço e o tempo que se leva para ser o que se quer ser. Saí de lá com a impressão de que devo colocar mais fé nos meus rascunhos.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

O que é coragem?

Segundo um amigo meu, coragem é chegar em casa bêbado, às quatro da manhã, encontrar a mulher com a vassoura na mão e ainda perguntar : "Vai varrer ou vai voar?"

hahaha tinha que postar isso aqui!

SECRET

Things haven't been the same
Since you came into my life
You found a way to touch my soul
And I'm never ever ever gonna let it go

Happiness lies in your own hand
It took me much too long to understand
How it could be
Until you shared your secret with me...

Something's comin' over
something's comin' over
something's comin' over me
My baby's got a secret

You gave me back the paradise
That I thought I lost for good
You helped me find the reasons why
It took me by surprise that you understood
You knew all along
What I never wanted to say
Until I learned to love myself
I was never ever lovin' anybody else

Happiness lies in your own hand
It took me much too long to understand
How it could be
Until you shared your secret with me...

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Tirando o pé da jaca...

Uma amiga me chamou para sair hoje, plena quarta-feira de cinzas, eu comuniquei: "amiga, tô tirando o pé da jaca, o ano precisa começar!" Minhas férias foram ótimas,eu precisava exorcizar tudo tudo tudo. Peguei 10 dias de sol no litoral, eu passei emoções fortes dirigindo na Rio-Santos, conheci lugares novos, queimei, descasquei e queimei de novo, ganhei um ipod na promoção da Kibon ( Como isso? Não sei...). E quando voltei ao trabalho, o ritmo lerdo de janeiro me permitiu sair mais e ainda fazer um curso a noite e sair mais no carnaval. Aproveitei o momento "paz e amor" da minha mãe, que não tem pegado tanto no meu pé - e ainda me disse um inacreditável "fico feliz de te ver feliz de novo" - e enfiei o pé na jaca com categoria. Agora chega, né? Tá na hora de focar no trabalho, cuidar da saúde (voltei para academia hoje), dormir bem e voltar a estudar. Andei pensando muito também e pensei inclusive em acabar com este blog, mas aí me inscrevi em um curso de redação criativa e achei que não valeria a pena, pois este espaço pode servir como um laboratório de texto. Além disso, não quero deixar de escrever, que é o que mais gosto de fazer, por motivos banais. Vamos em frente 2008...