terça-feira, abril 29, 2008

Momento Fotolog

Meninas, achei a prova do crime

domingo, abril 20, 2008

A incrível história do rapaz que foi pra Boston - as ilusões na era google




Conversava outro dia com a Rejane sobre os tempos do colégio, quando lembramos da Shirley, uma das minhas melhores amigas na época e que tinha um “quase namorado” chamado Mauro. Eles formavam "um quase casal" perfeito, com um monte dessas coincidências amorosas.
Mas Shirley não queria só ficar, estava a fim de consolidar a relação, namorar sério mesmo. Um dia ela chega no colégio com a notícia catastrófica de que Mauro havia terminado “o quase namoro” porque estava de partida para Boston. Ia tentar estudar música nos Estados Unidos e parecia que tinha uns parentes por lá.
Enfim, os dois pararam de se falar, ele se foi. Meses se passaram e ela sem nenhuma notícia do rapaz. Foi aí que surgiu um plano, com vergonha de ligar, ela me sugeriu: “A mãe do Mauro não te conhece, você podia ligar para a casa dele e perguntar se ele está. A mãe vai dizer sobre a viagem para Boston e aí você pede um contato, um número telefone...” Seguimos até o orelhão ali mesmo no metrô, onde estávamos quando surgiu a grande idéia. Liguei e uma senhora atendeu, “Oi, o Mauro está?” a resposta: “Ele deu uma saidinha, liga daqui 15 minutos que ele já tá de volta”.

Isso era 1997, quase ninguém tinha celular, internet era só no colégio para fazer pesquisa, Orkut, Msn, Facebook, Torpedo, blog ou qualquer outra forma de contato era absolutamente inimaginável. Logo, sumir da vida de alguém era uma atitude tão simples, bastava viver em bairros diferentes e pedir para a sua mãe mentir se o telefone tocasse. Pronto! Você já podia se sentir no Japão!
Hoje não! Você dá um fora em alguém pelo celular, a pessoa aparece no dia seguinte no messenger e se você bloqueia, o dito cujo reaparece no Orkut. E se você está no outro lado e tomou um pé na bunda, quer curtir a fossa em paz, longe de todos aqueles que te trazem lembranças do ex-amor? Esqueeeeece! Você precisaria pedir ajuda do serviço de proteção da Cia! Logo um primo do sujeito vai te chamar no msn, a vó dele vai te mandar um e-mail e a atual vai fuçar o seu profile no Orkut. Acredite, você vai desejar voltar a ser um mero primata correndo pelado atrás do fogo!
Sem contar aquela curiosidade que dá em fuçar na vida alheia, com todas essas facilidades. Mas se você é uma pessoa forte e ainda se recusa a bisbilhotar, não se preocupe porque alguém vai fazer isso e vai te contar em detalhes ou, quem sabe, até provar fatos mandando fotos e filmes feitos pelo celular. Esconder a realidade? Acreditar na ilusão de que alguém em Boston ainda pensa em você? De que jeito!?!
É possível iludir e ser iludido na era Google?
Sei lá, só sei que o mundo ficou pequeno, Boston é logo ali.

quinta-feira, abril 17, 2008

Desafinando o coro dos contentes




Let's Play That
Torquato Neto

quando eu nasci
um anjo louco muito louco
veio ler a minha mão
não era um anjo barroco
era um anjo muito louco, torto
com asas de avião

eis que esse anjo me disse
apertando minha mão
com um sorriso entre dentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
let's play that

Eu adoro o poema acima. Gosto de imaginar um coro cheio de contentes cantando e no meio deles um desajeitado de voz fininha, desafinando alto. As vezes eu me sinto esse desajeitado, falando o que não devia, deixando explicito o que penso e sinto, discordando quando era pra simplesmente abaixar a cabeça e cantar contente, no ritmo. Mas que ritmo? Eu desafino bonito, não vejo a mínima graça no comum e sofro, as vezes, um certo isolamento por não pensar como a maioria. Eu sei que ninguém quer ser sozinho, mas é o preço que se paga por ser diferente. Talvez se eu fingisse ser mais feliz, disfarçando melhor as frustrações; talvez se eu omitisse as minhas trapalhadas, as atitudes que me envergonham e mostrasse só o lado bom, como faz quase todo mundo. E se ao invés de metralhar o que penso por aí, como sempre faço, eu resolvesse só sorrir, perdendo a espontaneidade e agindo como um robô. Mas um robô aceito...

Esse papo todo me lembrou um outro poema, dessa vez do Fernando Pessoa. Principalmente na parte que diz:


"Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida..."

segunda-feira, abril 14, 2008

Imperdível

Zuenir Ventura é o entrevistado d e hoje do programa "Roda Viva". O jornalista já ganhou os prêmios Esso de Reportagem e Wladimir Herzog de Jornalismo além de ter escrito os livros "1968: O Ano Que Não Terminou" e "Cidade Partida". Às 22h40, na TV Cultura. Pode assistir que ele é f***!

terça-feira, abril 01, 2008

Para onde vamos?

Está acontecendo uma coisa curiosa no universo feminino. Olhando as revistas é possível notar que hoje as mulheres estão sendo valorizadas por fazer exatamente o que faziam suas avós e bisavós: ter filhos e cuidar da família. Repare que a cada gravidez da Angélica, a apresetadora aparece nas capas de todas as revistas como se fosse a própria mãe natureza falando da maternidade como se parecesse uma experiência extraterrestre. Algumas declarações dela são do tipo “ ser mãe é estar acima do bem e do mal” e outras bobagens que tratam de “existência” e de uma “experiência transcendental”. Cada vez que leio uma declaração dessas tenho vontade de ligar para uma daquelas mães nordestinas, que aparecem na tevê com mais de 10 filhos, e perguntar como é “transcender” todo ano.

Sem contar os símbolos femininos internacionais. Angelina Jolie é admirada por ser boa atriz? Não sei, só sei que nos jornais a única notícia que aparece é o fato de ter casado e tido filhos e ainda adotado mais alguns em uma fantástica prova de altruísmo intercontinental. Sem contar a Madonna, que já foi admirada no passado por sua atitude transgressora e hoje é exaltada pela mídia por ser mãe de três filhos e manter o corpinho depois dos quarenta !

Talvez essa moda seja um “efeito rebote” do movimento feminino da década de 70, as mulheres enlouquecidas com o trabalho acham absolutamente incrível quem consegue, além trabalhar, criar os filhos, cuidar da casa e ainda manter o casamento. Quando estão cansadas, algumas moças imaginam com romantismo uma vida singela de dona de casa, assistindo tevê e alimentando os filhos . Não tiro nem um pouco a razão de quem pensa assim, mas não deixo de observar o quanto isso é engraçado.

Pipocam por aí cursos de artesanato, bordado, costura. Eu tenho pelo menos umas cinco amigas que já me pediram para ensinar a cozinhar. Acho isso tão louco!
Como já disse, não vejo a moda de ser dona de casa como algo negativo nem positivo, mas sempre me pergunto: depois de tudo o que nós mulheres conquistamos no século passado é possível voltar atrás? Para onde vamos agora?