terça-feira, maio 20, 2008

Lá vem a noiva...

Crix, o seu casamento foi a coisa mais linda.
Parabéns!! Muita felicidade nesta nova fase da vida.
Eu não sei o que seria de mim sem você e a Fê. Vocês me dão muito apoio moral, uma me joga o bouquet e a outra me traz um CD de funk heheh


AMO VOCÊS!

quinta-feira, maio 08, 2008



"É preciso cultura pra cuspir na estrutura"
Marcelo Nova (a/e)

domingo, maio 04, 2008

O Quereres

Onde queres revólver, sou coqueiro;
Onde queres dinheiro, sou paixão!

Onde queres descanso, sou desejo;
E onde sou só desejo, queres não!

E onde não queres nada, nada falta;
E onde voas bem alto, eu sou o chão;

E onde pisas no chão,
Minha alma salta: e ganha liberdade na amplidão...

Onde queres família, sou maluco;
E onde queres romântico, burguês!

Onde queres leblon, sou pernambuco;
E onde queres eunuco, garanhão!

E onde queres o sim e o não, talvez;
Onde vês, eu não vislumbro razão!

Onde queres o lobo, eu sou o irmão;
E onde queres cowboy, eu sou chinês!

Ah, bruta flor do querer...
Ah, bruta flor, bruta flor!

Onde queres o ato, eu sou o espírito;
E onde queres ternura, eu sou tesão!

Onde queres o livre, decassílabo;
E onde buscas o anjo, eu sou mulher!

Onde queres prazer, sou o que dói;
E onde queres tortura, mansidão!

Onde queres o lar, revolução;
E onde queres bandido, eu sou o herói!

Eu queria querer-te amar o amor,
Construírmos dulcíssima prisão;

E encontrar a mais justa adequação:
Tudo métrica e rima e nunca dor!

Mas a vida é real e é de viés,
E vê só que cilada o amor me armou:

Eu te quero e não me queres como sou;
Não te quero e não me queres como és...

(...)

O quereres e o estares sempre a fim,
Do que em mim é em ti tão desigual...

Faz-me querer-te bem;
Querer-te mal:

Bem a ti, mal ao quereres assim:

Infinitivamente impessoal;
E eu querendo querer-te sem ter fim!

E querendo-te,
Aprender o total...

Do querer que há;
E do que não há em mim!

(Caetano Veloso)




A final do Campeonato Paulista hoje me lembrou de uma das histórias mais engraçadas da minha infância: a primeira vez em que assisti a uma partida de futebol. Eu tinha cinco anos e meu pai, palmerense fanático, ficou durante meses criando expectativa do dia que me levaria para ver o “Verdão” ao vivo. “Verdão”, aliás, que naquela época não ganhava de ninguém, amargava um longo jejum de títulos (que só acabou em 1993), mas meu pai me manteve fiel ao time a infância inteira, alegando que se o Palmeiras perdia era só por culpa do juiz, que era um homem muito mal, tão mal que se vestia de preto e ainda por cima era corinthiano.

O grande dia chegou, era um sábado, Palmeiras X Portuguesa no Palestra Itália. Chegamos cedo, eu estava uniformizada com a camiseta do time com patrocínio da Coca-Cola ( viu só, marqueteiros, essas coisas ficam), combinando com o short verde bandeira e o boné, uma bizarrice sem tamanho. Entramos no Palestra, lembro da cena como se fosse ontem, meu pai olhou para o lado direito do estádio e viu a arquibancada verde e branca abarrotada, olhou para o lado esquerdo e notou uma dúzia de velhinhos sentados espaçosamente na arquibancada da Portuguesa. Não teve nenhuma dúvida de que a pacata torcida lusitana seria o melhor lugar para sentar com a filhota de cinco anos.

E lá fomos nós, empolgados, meu pai obviamente se esqueceu de me contar que não estávamos na torcida do Palmeiras e fez questão de me ensinar vários gritos de guerra – alguns escandalizariam qualquer pedagogo.

Eu berrei os 90 minutos do jogo, pulei, vaiei a Lusa, torci loucamente e deixei os velhinhos muito putos, mas nenhum tinha coragem de perder a linha com uma inocente criança. O melhor momento foi no final do segundo tempo, quando o Palmeiras marcou o único gol da partida. Meu pai me pegou no colo, a gente pulou muito, cantamos o hino do Palmeiras, fizemos a maior festa. Imagina a ira dos velhinhos, meu pai era louco!

Voltei muitas vezes aos jogos do Palmeiras com os meus irmãos, depois fui crescendo e perdendo um pouco a empolgação com o time e com o futebol, mas este momento de loucura familiar sempre volta na minha memória.

quinta-feira, maio 01, 2008

Oração do Dia

Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem
Pois sou criança
E não conheço a verdade
Eu sou poeta
E não aprendi a amar

(Malandragem - Cassia Eller)