quarta-feira, novembro 28, 2007

Prazeres...

Já assisti “O fabuloso destino de Amélie Poulain” umas dez vezes, a parte que eu mais gosto é a descrição dos prazeres dos personagens. A gente está sempre atrás das grandes alegrias, das explosões de felicidade e não nota o prazer que existe em coisas corriqueiras, só notado quando não existe mais. Escrevi aqui a minha lista de pequenos prazeres, ainda incompleta pois há sempre mais algum prazer para descobrir:

Friozinho na barriga na 3º campainha do teatro; colocar mais um livro lido na estante e apreciar todos aqueles que já li; humor “no sense”; dormir com a janela aberta; escrever em blocos coloridos; ouvir histórias reais; tomar coca-cola lendo revista; sentir o vento da chuva; andar de havaianas; andar de bicicleta; andar de carro de madrugada ouvindo música; massagem no pé; dormir só mais cinco munitinhos; olhar o mar; ficar sabendo de algo que quase ninguém sabe; samba rock (e as vezes só samba e as vezes só rock); trocar confidências com as amigas; rir de algo que era trágico e depois ficou cômico; contos de Machado de Assis; apreciar a chuva da janela...

domingo, novembro 25, 2007

Seja você

Vai sempre ter alguém
Com mais dinheiro, mais respeito
Mais ou menos tudo o que se pode ter
Vai sempre sobrar, faltar
Alguma coisa, somos imperfeitos
E o que falta cega p'ro que já se tem

Eu não te completo
Você não me basta
Mas é lindo o gesto de se oferecer


O que eu quero nem sempre eu preciso
Mas dê um sorriso quando me entender

Seja você
Seja só você

quinta-feira, novembro 22, 2007

Pede pra sair...

Os Paulistanos podem ser divididos em dois grupos: aqueles que reclamam da cidade, mas amam muito essa zona e querem viver aqui e aqueles que reclamam da cidade, não agüentam mais essa zona e querem muito sumir daqui. Eu faço parte do primeiro grupo, aprendi a amar a cidade que nasci, embora admita que viver em São Paulo é um constante teste de resistência física e psíquica, que deixaria no chinelo o famoso “curso” do Capitão Nascimento. Escrevo isso no meu bloquinho de papel no carro, enquanto enfrento o maior trânsito da minha vida, lembrando de ontem quando um motoqueiro chutou o meu carro, embora eu estivesse certa, e depois me seguiu por um tempo até eu estacionar, espertamente, atrás de uma viatura da polícia. Eu amo São Paulo, mas viver aqui não é para qualquer um. As vezes da vontade de pedir pra sair.

(Escrevi este desabafo no carro há alguns dias atrás)

quarta-feira, novembro 21, 2007

Mania de biscoito da sorte

Por conta do trabalho acabei ganhando uma lata de biscoito da sorte chinês. O biscoitos são bon, mas as frases que vem dentro são muito melhores. Já virou mania, mentalizo uma pergunta, fecho os olhos, escolho um biscoito e zaz! Ali tem uma frase que cabe direitinho na pergunta. Como pode?
Não sei, só sei que estou encantada. A história do biscoito é mais interessante ainda. Reza a lenda que quando os chineses lutavam para se libertar da dominação mongol, ao planejarem o ataque final, depararam-se com um problema: como avisar os batalhões nos diferentes fronts sem que os mongóis descobrissem? Na época, havia um bolo em forma de meia-lua que os mongóis detestavam. Os planos para o ataque foram então colocados dentro desses bolos e enviados a todos os generais chineses. Depois de reconquistar a sua autonomia, o povo chinês, em comemoração a vitória, passou a trocar mensagens de sorte dentro do biscoito, que também é conhecido como “bolinho da vitória”.

domingo, novembro 18, 2007

Pequenas angústias, grandes incertezas...

Algumas coisas nos acompanham a vida toda, as angústias, por exemplo:

Na infância : “será que a minha mãe vem me buscar? E se ela esquecer”- no jardim da infância

Na adolescência angustia é ser excluído do grupo: “Preciso fazer isso, porque todo mundo faz?”

Mais tarde, vem a dúvida: “será que vou passar no vestibular?” “será que escolhi certo?”

Ao se formar: “preciso arrumar um emprego ou mundo vai ruir”

Ao amar: “se ele não ligar até terça, eu devo ligar na quarta?” ao namorar: “tenho certeza que ele ainda pensa na ex”

No trabalho: “ e se eu não passar nos três meses de experiência?”

Para os ricos: “e se eu perder tudo?”

Para os pobres: “será que vai sobrar no fim do mês?”

Depois dizem que neurose é doença, eu discordo, neurose é da natureza humana.

Vai para o repertório

Sempre que eu proponho uma balada meio fora dos padrões a minha amiga Rê lança a frase : “eu vou, mas vou só pra aumentar o repertório”. É uma forma de me dizer que o convite é bizarro, mas que no fundo vai ser legal. E não é que ela está certa, de tanto choque cultural aos poucos o repertório aumenta e eu me pego falando coisas que nunca falei, “floreando” os textos com palavras novas, achando bonito objetos que antes nem notava ...
E assim viver um dia de cada vez vai ficando mais divertido, pois como (disseram que) disse John Lennon “a vida é aquilo que acontece enquanto a gente faz planos”... Li esta frase ontem no banheiro do Ó, bar que fica atrás do cemitério onde eu e a Carol fomos aumentar o nosso repertório dançando (com gente viva, que fique claro!).

Just in time

Eu, representante dos trabalhadores da última hora, decidi, pra variar, fazer nos últimos meses deste ano aquilo que devia ter feito lá no comecinho. Óbvio, a vida ficou mais atribulada agora, mas com jeito eu ajeito a casa, contorno equívocos, negocio prazos e vou atrás de novas chances.